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------------------ Fasciíte Necrosante Extensa Em Região Cervical E Torácica Após Infecção Odontológica.
Relato/Série de Casos
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INTRODUÇÃO: A fasciíte necrosante é uma infecção bacteriana de partes moles rara e de rápida progressão, caracterizada pela necrose supurativa dos tecidos fascial, gorduroso e neural. Essa condição envolve dor intensa, alta mortalidade após os 60 anos e seu diagnóstico é predominantemente clínico. Nesse contexto, o presente trabalho busca relatar o caso da incomum evolução de abscesso dentário à fasciíte necrosante extensa em região cervical e torácica com integração completa após enxertia de pele parcial, apesar das comorbidades associadas. RELATO DO CASO: CFS, feminino, 64 anos, diabética, hipertensa e desnutrida, internada desde 03 de janeiro de 2020 em Lagarto (SE), refere, após inflamação odontológica por mais de 15 dias, dor intensa em região cervical e colo acompanhada de eritema, tumoração, flutuação e coleção purulenta evidenciada em 01 de janeiro de 2020; nega febre. Ao iniciar uso de ciprofloxacino IV apresentou drenagem purulenta no dia 05 de janeiro de 2020. A paciente evoluiu de abscesso descendente à fasciíte necrosante no tórax anterior e inferior e zonas cervicais 1 e 2. No dia 16 de janeiro de 2020 foi admitida no Hospital de Urgência de Sergipe onde iniciou terapia com ceftriaxona, clindamicina, gentamicina e mesoperem seguida, após dois dias, de abordagem cirúrgica (desbridamento da área necrótica) e realização de curativo com papaína 10% e hidrogel. Após 45 dias, foi realizado o enxerto de pele parcial a partir da coxa (área doadora). A retirada do curativo ocorreu depois de 5 dias, com integração completa. Até o dia 08 de julho de 2020 a paciente exibiu melhora do quadro clínico e cicatrização adequada do enxerto. COMENTÁRIOS: A evolução da enfermidade inicial à fasciíte necrosante possui causa multifatorial, de modo que destacam-se a intempestividade na busca de assistência médica pela paciente e o seu estado de saúde prévio delicado. Ademais, convém ressaltar que a conduta cirúrgica e polimedicamentosa constituiu a melhor opção terapêutica.