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------------------ Relato de Necrópsia: Hemoptise volumosa em aneurisma de aorta torácica
Relato/Série de Casos
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INTRODUÇÃO: Relata-se autópsia para esclarecimento da causa de morte. Paciente apresentou-se com hemoptise volumosa, evoluindo com choque e parada cardiorrespiratória (PCR). Esse foi descoberto tratar-se de uma apresentação incomum de aneurisma de aorta, o qual havia dissecado e inundado o parênquima pulmonar esquerdo.
RELATO DO CASO: Paciente sexo masculino, 47 anos, histórico de cirurgia de colecistectomia, sem comorbidades; realizou endoscopia digestiva alta em 06/03/2020, a qual revelou pólipos gástrico que foram prontamente retirados (polipectomia). 4 dias após, às 10h30mins, apresentou sangramento nasal, seguido de hemoptise volumosa; deu entrada em PCR, sem êxito da reanimação.
Procedeu-se necrópsia para identificação da causa de morte. Foi identificada dissecção extensa de aneurisma da aorta torácica com invasão do lobo superior do pulmão esquerdo, o que acarretou inundação alveolar seguida de volumosa hemoptise e choque hipovolêmico; encontrados 550ml de hemotórax esquerdo. Outros achados foram edema pulmonar bilateral, discreta hipertrofia cardíaca e aterosclerose incipiente. O pulmão esquerdo tinha 600g em massa enquanto o direito apenas 520g.
COMENTÁRIOS: Hemoptise é um achado raro em aneurismas aórticos, ocasionada pela erosão da traqueia ou pela ruptura do aneurisma no parênquima pulmonar.
O caso em destaque apresentou evolução trágica, provavelmente pela ausência de indicadores como dor torácica, disfagia, estridor e rouquidão (compressão do nervo laríngeo recorrente); ou mesmo pela ausência de fatores predisponentes conhecidos como aterosclerose, hipertensão, dislipidemia, tabagismo, doenças do tecido conjuntivo ou causas infecciosas.
A maioria dos casos, assim como o apresentado, são assintomático até que se apresentem complicações, sendo diagnosticados frequentemente como achados acidentais de radiografias; a intervenção é cirúrgica, impreterivelmente antes da rotura. A mortalidade nos casos não manejados a tempo chega a 97%.