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------------------ Ligadura da artéria carótica externa para controle de hemorragias graves na região da cabeça e pescoço – revisão abrangente da literatura
Revisão de Literatura
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OBJETIVO: por meio de uma revisão integrativa da literatura, avaliar a morbimortalidade e a eficácia da ligadura uni ou bilateral da carótida externa (ACE) para conter hemorragias graves na região da cabeça e pescoço ou para a prevenção de sangramentos em oncocirurgias. MÉTODO: levantamento de artigos indexados na base de dados PubMed, a partir de 1990. Estratégia de busca (MeSH terms): ((external carotid arterym) AND (hemorrhage OR haemorrhage OR bleeding) AND (ligature)). RESULTADOS: primariamente, foram obtidas 260 referências. Após aplicação dos critérios de exclusão/inclusão, restaram 35 artigos, os quais foram usados no presente estudo. Hemorragia pós-operatória é a complicação mais prevalente, potencialmente fatal, tanto nas cirurgias de remoção de tumores da orofaringe quanto em tonsilectomias. Em situações de sangramento profuso, inclusive aqueles decorrentes de trauma na região cervicofacial, o tratamento de escolha é a ligadura direta do vaso lesionado. Contudo, a ligadura da ACE pode estar indicada e, nesse caso, haverá perfusão sanguínea dos tecidos ipsilaterais por meio da ACE contralateral ou por meio do círculo arterial cerebral de Willis. Acesso é feito na zona II cervical e, apesar da proximidade com outras estruturas neurovasculares, a técnica é simples e de baixa morbidade. Se realizada bilateralmente, a ligadura da ACE aumenta o fluxo sanguíneo na artéria carótida interna, mas não se comprova alteração da perfusão cerebral ou surgimento de hemorragias encefálicas em indivíduos predispostos. Evidencia-se baixo índice de complicações, mas a técnica não é 100% eficaz na estabilização do sangramento, provavelmente pela rede anastomótica da região craniofacial, levando autores a preconizarem a ligadura concomitante de ramos da ACE. CONCLUSÕES: Em casos de hemorragia grave na região da cabeça e pescoço, a ligadura da ACE é uma técnica viável e de baixa morbidade, com mínimos efeitos adversos, mas pode requerer a ligadura de outros ramos arteriais.